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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Falar a Língua do Outro


FALAR A LINGUA DO OUTRO
Esta é uma das afirmações que mais repeti ao longo do tempo enquanto ministrava aos casais nas últimas duas décadas: "você precisa aprender a falar a língua do outro". E argumentava sempre com muita propriedade, afinal, o outro vem de outra família, outra cultura, pais tão diferentes dos nossos, isto quando tiveram contato com eles.
Nenhuma família é igual. O que para o outro parece tão exagerado, para mim esta de bom tamanho. O que para outro é muito alto, é exatamente o som que me estimula o aprendizado e por aí vai.
Mas eis que este princípio me ataca literalmente! Estou aqui no Canada e digo pra você que só agora sei o quanto este negócio é difícil. Para você ter uma ideia o título do livro que acabei de ler - e te garanto que se ele não fosse ilustrado não teria sido fácil - é: "O Natal dos três ursinhos".
A impressão que dá é que o "outro" complica tudo. Por que eles põem o adjetivo primeiro? Para que tanto "Do" antes dos verbos? Já que tem o "Do" para que o "Did"?
Mas eu não vim aqui para transformar a língua ou a cultura do outro assim como eu não me casei para adoecer minha esposa com a minha maneira de pensar como se fosse a única ou muito menos a melhor. Vou reler meu livrinho sobre "The Three Bears Christmas". Espero com isto aprender algo mais sobre meus relacionamentos.
God Blessed you!
Cleydemir

 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

SOLIDÃO

SOLIDÃO
“Quem se isola busca interesses egoístas e se rebela contra a sensatez” (Pv.18.1 NVI)
Foi a primeira pessoa que conheci no Canadá. Não posso dizer que o conheci realmente pois não falo sua língua (ainda) e com muito dificuldade trocamos algumas frases. Afinal, comunicação é mais que palavras. Você não acredita que eu vim sozinho trazendo uma Romena – sexagenária, primeira vez no Brasil, ilustre senhora muito amável, sogra do missionário Valtemir - do aeroporto de Confins até Ipatinga e o silencio não teve chance entre nós? Nada sei muito do que ela falou e vice-versa, mas nos comunicamos. Tive dela uma ótima impressão e acredito que ela de mim.

Mas o meu novo “amigo” é uma pessoa solitária. Não é Canadense mas é de um país também de primeiro mundo. Aos 67 anos mora em uma casa de estranhos em um quarto alugado. Não fica muito tempo em uma mesma locação por que não consegue se relacionar bem sendo convidado a se retirar, posição que ocupa neste momento. Fica no quarto toda a semana e sai de casa a cada 15 dias para ir ao supermercado. Neste intervalo é que pude vê-lo algumas vezes. Desce a cada dois dias do quarto e vai a cozinha da casa onde mora, prepara alguma coisa que as pessoas da casa não conhecem e volta para o quarto. Tem três filhos mas passou sozinho o natal e o ano novo.

Qual o problema disto? Eu não vi nenhum por que nos países ricos idosos morarem sozinhos é comum mas o texto sagrado, no livro atribuído a um  dos homens mais sábios de todos os tempos acha que sim. A psicologia também. Uma das características mais importantes de um diagnóstico de doença emocional é a incapacidade e mínima intenção de uma pessoa se relacionar.

Olhando para o texto como base, acredito que este processo não acontece da noite para o dia. No princípio, antes da solidão se instalar, esta pessoa buscou interesses egoístas. Tomou decisão que não validou cônjuge, não considerou os filhos como pessoas importantes, não foi grato com os parentes como se precisasse de ninguém. Mas são eles que nos amparam na necessidade e nos sinalizam caminhos menos solitários.

Outra dica do texto fala sobre a maior das rebeliões. A rebelião é contra a sensatez. Ela se manifesta na falta de humildade e na sensação que é melhor do que o outro. Ela se manifesta na indisposição de pagar um preço por uma amizade e companhia pois elas  tem cotação altíssima. O preço justo de investimento, cuidado, respeito e atenção com os que amamos não pode ser pago a prestação. Tem que ser a vista e em espécie. Não pague mais caro mas não tente fazer liquidação de bens tão valiosos e raros. Submeta-se por que vale a pena.


Se ele aprender português e ler o meu texto, vai saber que me preocupo com ele. Desejo-lhe saúde, em qualquer lugar do mundo em que estiver, a voce também!
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Espaço de reflexão psicoteológica, visando a saúde dos relacionamentos e o fortalecimento da família!