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domingo, 8 de fevereiro de 2015

SOLIDÃO

SOLIDÃO
“Quem se isola busca interesses egoístas e se rebela contra a sensatez” (Pv.18.1 NVI)
Foi a primeira pessoa que conheci no Canadá. Não posso dizer que o conheci realmente pois não falo sua língua (ainda) e com muito dificuldade trocamos algumas frases. Afinal, comunicação é mais que palavras. Você não acredita que eu vim sozinho trazendo uma Romena – sexagenária, primeira vez no Brasil, ilustre senhora muito amável, sogra do missionário Valtemir - do aeroporto de Confins até Ipatinga e o silencio não teve chance entre nós? Nada sei muito do que ela falou e vice-versa, mas nos comunicamos. Tive dela uma ótima impressão e acredito que ela de mim.

Mas o meu novo “amigo” é uma pessoa solitária. Não é Canadense mas é de um país também de primeiro mundo. Aos 67 anos mora em uma casa de estranhos em um quarto alugado. Não fica muito tempo em uma mesma locação por que não consegue se relacionar bem sendo convidado a se retirar, posição que ocupa neste momento. Fica no quarto toda a semana e sai de casa a cada 15 dias para ir ao supermercado. Neste intervalo é que pude vê-lo algumas vezes. Desce a cada dois dias do quarto e vai a cozinha da casa onde mora, prepara alguma coisa que as pessoas da casa não conhecem e volta para o quarto. Tem três filhos mas passou sozinho o natal e o ano novo.

Qual o problema disto? Eu não vi nenhum por que nos países ricos idosos morarem sozinhos é comum mas o texto sagrado, no livro atribuído a um  dos homens mais sábios de todos os tempos acha que sim. A psicologia também. Uma das características mais importantes de um diagnóstico de doença emocional é a incapacidade e mínima intenção de uma pessoa se relacionar.

Olhando para o texto como base, acredito que este processo não acontece da noite para o dia. No princípio, antes da solidão se instalar, esta pessoa buscou interesses egoístas. Tomou decisão que não validou cônjuge, não considerou os filhos como pessoas importantes, não foi grato com os parentes como se precisasse de ninguém. Mas são eles que nos amparam na necessidade e nos sinalizam caminhos menos solitários.

Outra dica do texto fala sobre a maior das rebeliões. A rebelião é contra a sensatez. Ela se manifesta na falta de humildade e na sensação que é melhor do que o outro. Ela se manifesta na indisposição de pagar um preço por uma amizade e companhia pois elas  tem cotação altíssima. O preço justo de investimento, cuidado, respeito e atenção com os que amamos não pode ser pago a prestação. Tem que ser a vista e em espécie. Não pague mais caro mas não tente fazer liquidação de bens tão valiosos e raros. Submeta-se por que vale a pena.


Se ele aprender português e ler o meu texto, vai saber que me preocupo com ele. Desejo-lhe saúde, em qualquer lugar do mundo em que estiver, a voce também!
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Espaço de reflexão psicoteológica, visando a saúde dos relacionamentos e o fortalecimento da família!