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sexta-feira, 20 de março de 2015

SUSTENTADO PELO CARÁTER

Um pequeno texto que muito me impactou foi citado por Ronaldo Lidório em seu livro “Liderança e Integridade” quando ele confronta caráter e reputação. Quando o li, estava no Timor Leste, na  ilha de Atauro, em visita a missionários em 2008. Nunca o esqueci. Fiz uma música em cima do texto e contexto, explanei-o diversas vezes e de muitas maneiras para a igreja local e para casais nos últimos anos.

A cada dia o que aprendemos de Deus vai amadurecendo dentro de nós, se transformando e nos transformando; mas quando o Eterno nos faz sair da teoria para a prática, esta maturidade é fenomenal. Sobre este assunto, estou me vendo em transição de um tempo em que o caráter e a reputação me sustentavam, lutando para que aquele fosse mais importante para mim que esta; por que para Deus a reputação nada vale – “Eu vejo o coração”, como confidenciou para Samuel – e o caráter é o que conta, insiste Lidório. “Reputação é o que vão falar de você diante do seu caixão”, afirma o texto, “caráter é o que os anjos dizem a seu respeito diante de Deus”.

Eu pastoreava uma importante igreja na minha cidade. Pregava para um público cativo pelo menos duas vezes por semana. Eu recebia 10 pessoas por dia em minha clínica de psicologia, influenciava diretamente muitas famílias na igreja e no trabalho. Hoje não sei quem le meus textos na internet - se leem - e tenho contato com alguns poucos  dos dois públicos que tanto influenciei. Dava aulas em seminários na melhor escola de Família do Brasil que é EIRENE. Tudo aquilo aumentava minha reputação. Tão pouco hoje – aluno de uma língua desconhecida em um país que não é meu, anônimo na multidão, com recurso para testemunhar apenas “nada nos tem faltado”, mas sem poder esbanjar - me permite/obriga ter olhos para cuidar de meu caráter e ouvidos para o Senhor, sobre Sua obra e Seus planos.

Não é por acaso que estou onde estou fazendo o que faço, junto com minha esposa. Muitos que estavam perto não entenderam o que fizemos. Alguns se frustraram inclusive, declarando com uma sensação de abandono, mas é um sentimento natural como ovelha. Se foi embora, o motivo não muda o sentimento. Importa que nossos filhos – e aqueles que tinham esta relação - que acompanharam estas mudanças junto conosco, vendo Deus nos conduzir até aqui, estão bem, e isto foi um dos sinais de Deus nos liberando para esta nova etapa. Nada perdemos, apenas deixamos para traz, “olhando para o alvo, para o premio da vocação em Cristo Jesus”.

Nosso Pai que está nos céus dirige a vida dos seus filhos, através de seu Espírito Santo que em nós habita. Sem desrespeitá-los ou obriga-los a nada, Ele está presente, assessorando, ouvindo, oferecendo um projeto. Meu tempo é de descanso e treinamento para uma nova etapa, em que mais que nunca, importa agradar a Deus, portanto, importa mais o que Ele pensa e do que Ele se agrada em detrimento de toda reputação e influencia humana; este é um aprendizado bem difícil por causa da nossa natureza caída – mas graças a Deus por Jesus Cristo!, exclama o Apóstolo Paulo.


Reputação tem a ver com ser rico ou pobre. Caráter tem a ver com ser feliz ou infeliz. Optamos pelo caráter?

domingo, 15 de março de 2015

O MUNDO É DAS MULHERES, QUE PENA ...

A única novidade sociológica nos últimos cem anos que merece registro é o crescente e irreversível papel da mulher na sociedade. De escravas do lar, padecedoras no paraíso, procriadoras e donas de casa, ao comando dos usos e costumes, foi um passo. Numa invasão bárbara, incrível e inclemente, o domínio feminino tem se imposto sobre a fragilidade masculina. Afinal, homens são imaturos, bobos e cada vez mais dispensáveis. Os mesmos trogloditas, com a testosterona correndo a mil, impulsivos, sexuais, agressivos, vivendo em confrarias, ou “turmas e galeras”, com a consciência diluída, fazem da mesa do bar – ou da pelada do fim de semana – um palco no qual falar de mulher, futebol, carro, games, sacanagens do YouTube e outras preciosidades do tipo, regadas a mentiras, contar vantagens, querer ser o “alfa”, é o objetivo maior de sua pobre existência.
Enquanto isso, as mulheres ocupam espaço, seduzem e comandam partes cada vez mais significativas da sociedade. Vale frisar que machos tendem a acomodação e preguiça, enquanto as mulheres são guerreiras obstinadas. Pequenos exemplos podem ser dados: numa aula de 40 minutos, meninas conseguem se concentrar por 30 minutos; os meninos, em média, 5 minutos. Cada vez mais elas nos superam em vestibulares, concursos e vão nos empurrando para a periferia. Seremos extintos por falta de mérito ou interesse, ou por infantilização crônica.
Sim, é verdade, elas são instáveis, hormonais, e cada vez mais queixosas. É característica delas serem verbais, “falar mais do que pobre na chuva”, querer discutir relação na hora do futebol na TV. Sim, a tal da TPM, tá virando doença, e elas se transformam na fase progesterônica, assim como são melosas no cio estrogênico, receptivas. Sei que grande parte de nós, homens, desconhece os mistérios da feminilidade. Sexo, por exemplo, exigiria um encaixe que machos predadores, rapidinhos, bêbados, jamais entenderão se não penetrareem no labirinto da alma feminina.
Para início de conversa, as mulheres pós-modernas ainda sonham com a maternidade, o casamento, na crença da família, embora ambicionem sua profissão, cuidar de seu lar e crescer no trabalho.
Vaidosas, críticas, exigentes, ainda são cobradas pela aparência, investindo tempo em salão, clínicas de estética, academia, roupas, entre outros investimentos físicos. Ser mulher é equilibrar funções pesadíssimas. Ter que ser mãe, esposa ou parceira, dona de casa, profissional, amante, sempre linda, poderosa, esteio dos pais, competidora com outras fêmeas que mordem o calcanhar. Não pode ganhar peso, ter celulite, peito caído, estria, cabelo sem pintar e unha sem fazer. E aguentar homem gordo, descuidado, tarado, molenga e exigente. Se não tiver, ir à luta para ter um homem para chamar de seu! Que bobagem! Mas como alimentar, de selfies e sorrisos, as redes sociais? Trabalhar em quatro turnos: mãe, mulher, organizadora do lar e trabalho fora. E ainda sair na noite e tomar umas e outras, numa competição boba com os homens. Ir à caça.

Pois é, não à toa que 2/3 dos transtornos depressivos e ansiosos são das mulheres. Infartam tanto quanto os homens, algo raro há algumas décadas. Dormem mal, acordam cedo, se irritam mais que os homens (hormônio é determinante), sobrecarregadas, sem vida pessoal, dedicadas que são aos seus homens, filhos, pais, trabalho e casa.

Desculpem,  mulheres, moças e meninas, mas não as invejo. Ter o mundo nas costas, ser escravas de aparência, sufocadas pelo grau de exigência própria e do mundo que as cerca, escravizadas pela exigência do belo, estético, atraente. Imagino como seria se nós, os machos decadentes, pudéssemos acolhê-las, fazer um cafuné, dividir as tarefas chatas da casa, ser parceiros no trato com os filhos, convidá-las para um day-off, um restaurante escondido, uma massagem relaxante. Mas não dá
Vocês se nivelaram por baixo, e herdaram o que temos de pior. E cá entre nós, como é difícil ser cavalheiro, companheiro, amável com as mulheres que correm com os lobos!
Se o mundo masculino não deu certo, esse feminino não dará em nada muito melhor.
Lá na frente, reaprenderemos a conjugar, compartilhar, comunicar e comungar. Afinal, somos parte de um todo, a complementação divina de um fruto.

PUBLICADO EM 15/03/15 - 03h00  (Eduardo Aquino – Jornal O Tempo)

domingo, 8 de março de 2015

TENHAM SAL EM SI MESMOS


Está terminando o inverno no Canadá e te digo: “é fria”. Vi coisas que você não viu: casas e carros cobertos pela neve depois de uma tempestade, ainda bem que  foi bem longe da região  onde estou.

Realmente a experiência inesquecível com o inverno no Canadá é a neve. Muitos lugares frios não nevam. Vê-la nas férias, fazer um boneco de neve com a família como no inverno passado, estando aqui em férias é uma coisa. Tira-la todo dia da frente da casa, do quintal e da calçada, depois de interessante é entediante. Mas não é difícil quando tira logo que cai, ou logo de manhã. Se deixar para muito depois, a história muda. 

Agora no final da temporada de neve, aprendi algo especial, lendo o texto onde Jesus exorta: “tenham sal em si mesmos” (Mc.9.50 b),  com esta experiencia. Por que se tiro logo a neve, é fácil, mas  mesmo assim, sempre fica um resíduo. Quando começa a esquentar (leia-se quando beira a 0 grau), ela vira gelo com uma camada fina e perigosa e aí, é hora de escorregar e cair. Tem que espalhar sal se você não quer cair e cair. Se outra pessoa cair no perímetro de sua casa, é sua responsabilidade.

 Parece o pecado. Vai ter sempre em nossa volta, vai nos afetar e temos que tira-lo logo. É entediante depois de um tempo por que por mais que você não queira a neve cai na sua calçada. Você limpa, mas o resíduo depende de sal. Jesus ensina muito sobre ele, mas aqui a ilustração confirma que temos que manter um sal - uma escolha, uma atitude muito firme -  senão vamos cair.  O mundo jaz no maligno. O pecado bate em nossa porta – como na conversa do Criador com Caim. Cumpre a nós domina-lo.

A neve é linda. O pecado, via de regra se apresenta assim também, mas “é fria”, A neve apenas no inverno em alguns lugares, o pecado, em todas as estações em todos os lugares.

Tenham sal em si mesmos!  

Espaço de reflexão psicoteológica, visando a saúde dos relacionamentos e o fortalecimento da família!