A única novidade sociológica nos
últimos cem anos que merece registro é o crescente e irreversível papel da
mulher na sociedade. De escravas do lar, padecedoras no paraíso, procriadoras e
donas de casa, ao comando dos usos e costumes, foi um passo. Numa invasão
bárbara, incrível e inclemente, o domínio feminino tem se imposto sobre a
fragilidade masculina. Afinal, homens são imaturos, bobos e cada vez mais
dispensáveis. Os mesmos trogloditas, com a testosterona correndo a mil,
impulsivos, sexuais, agressivos, vivendo em confrarias, ou “turmas e galeras”,
com a consciência diluída, fazem da mesa do bar – ou da pelada do fim de semana
– um palco no qual falar de mulher, futebol, carro, games, sacanagens do
YouTube e outras preciosidades do tipo, regadas a mentiras, contar vantagens,
querer ser o “alfa”, é o objetivo maior de sua pobre existência.
Enquanto isso, as mulheres ocupam
espaço, seduzem e comandam partes cada vez mais significativas da sociedade.
Vale frisar que machos tendem a acomodação e preguiça, enquanto as mulheres são
guerreiras obstinadas. Pequenos exemplos podem ser dados: numa aula de 40
minutos, meninas conseguem se concentrar por 30 minutos; os meninos, em média,
5 minutos. Cada vez mais elas nos superam em vestibulares, concursos e vão nos
empurrando para a periferia. Seremos extintos por falta de mérito ou interesse,
ou por infantilização crônica.

Para início de conversa, as mulheres pós-modernas ainda sonham com a maternidade, o casamento, na crença da família, embora ambicionem sua profissão, cuidar de seu lar e crescer no trabalho.
Vaidosas, críticas, exigentes, ainda
são cobradas pela aparência, investindo tempo em salão, clínicas de estética,
academia, roupas, entre outros investimentos físicos. Ser mulher é equilibrar
funções pesadíssimas. Ter que ser mãe, esposa ou parceira, dona de casa,
profissional, amante, sempre linda, poderosa, esteio dos pais, competidora com
outras fêmeas que mordem o calcanhar. Não pode ganhar peso, ter celulite, peito
caído, estria, cabelo sem pintar e unha sem fazer. E aguentar homem gordo,
descuidado, tarado, molenga e exigente. Se não tiver, ir à luta para ter um
homem para chamar de seu! Que bobagem! Mas como alimentar, de selfies e
sorrisos, as redes sociais? Trabalhar em quatro turnos: mãe, mulher,
organizadora do lar e trabalho fora. E ainda sair na noite e tomar umas e
outras, numa competição boba com os homens. Ir à caça.
Pois é, não à toa que 2/3 dos transtornos depressivos e ansiosos são das mulheres. Infartam tanto quanto os homens, algo raro há algumas décadas. Dormem mal, acordam cedo, se irritam mais que os homens (hormônio é determinante), sobrecarregadas, sem vida pessoal, dedicadas que são aos seus homens, filhos, pais, trabalho e casa.
Desculpem, mulheres, moças e meninas, mas não as invejo. Ter o mundo nas costas, ser escravas de aparência, sufocadas pelo grau de exigência própria e do mundo que as cerca, escravizadas pela exigência do belo, estético, atraente. Imagino como seria se nós, os machos decadentes, pudéssemos acolhê-las, fazer um cafuné, dividir as tarefas chatas da casa, ser parceiros no trato com os filhos, convidá-las para um day-off, um restaurante escondido, uma massagem relaxante. Mas não dá
Pois é, não à toa que 2/3 dos transtornos depressivos e ansiosos são das mulheres. Infartam tanto quanto os homens, algo raro há algumas décadas. Dormem mal, acordam cedo, se irritam mais que os homens (hormônio é determinante), sobrecarregadas, sem vida pessoal, dedicadas que são aos seus homens, filhos, pais, trabalho e casa.
Desculpem, mulheres, moças e meninas, mas não as invejo. Ter o mundo nas costas, ser escravas de aparência, sufocadas pelo grau de exigência própria e do mundo que as cerca, escravizadas pela exigência do belo, estético, atraente. Imagino como seria se nós, os machos decadentes, pudéssemos acolhê-las, fazer um cafuné, dividir as tarefas chatas da casa, ser parceiros no trato com os filhos, convidá-las para um day-off, um restaurante escondido, uma massagem relaxante. Mas não dá
Vocês se nivelaram por baixo, e
herdaram o que temos de pior. E cá entre nós, como é difícil ser cavalheiro,
companheiro, amável com as mulheres que correm com os lobos!
Se o mundo masculino não deu certo, esse feminino não dará em nada muito melhor.
Lá na frente, reaprenderemos a conjugar, compartilhar, comunicar e comungar. Afinal, somos parte de um todo, a complementação divina de um fruto.
Se o mundo masculino não deu certo, esse feminino não dará em nada muito melhor.
Lá na frente, reaprenderemos a conjugar, compartilhar, comunicar e comungar. Afinal, somos parte de um todo, a complementação divina de um fruto.
PUBLICADO EM
15/03/15 - 03h00 (Eduardo Aquino –
Jornal O Tempo)
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